Homenagem ao Rio


 

Na ocasião da comemoração dos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro, o Festival Varilux de Cinema Francês exibe o filme O Homem do Rio, de Philippe de Broca, com Jean-Paul Belmondo, Françoise Dorléac e Jean Servais . Lançado no dia 23 de Fevereiro de 1964, O homem do Rio é um grande sucesso popular com quase cinco milhões de espectadores, que concede ao jovem Philippe de Broca notoriedade e um lugar especial no cinema francês.

O Homem do Rio

O filme que rendeu a Philippe de Broca os elogios mais sérios foi lançado, como ele comenta, de maneira menos séria: “O homem do Rio, desde o princípio, era uma brincadeira. A Unifrance, órgão público responsável pela promoção do cinema francês no exterior, organizou uma viagem para o Brasil onde eu e Belmondo tivemos que apresentar Cartouche, nosso mais recente filme. Saímos de Paris no mês de fevereiro com um tempo glacial e, algumas horas mais tarde, aterrissamos no Rio de Janeiro, onde reinava um calor paradisíaco. Eu disse a Jean-Paul: “ de toda a forma é uma pena não aproveitar este país. “Eu quero fazer um filme aqui no próximo ano.” Claro, ele imediatamente concordou. Restava convencer o produtor. Eu o expliquei: “Pegamos Belmondo, vestimos ele de branco, colocamos um chapéu grande, pedimos para ele fazer qualquer coisa e a gente chama isso de O Homem do Rio.” Ele também concorda. Nós assinamos o contrato. Depois, e bom depois, foi menos engraçado…porque  era preciso assim mesmo encontrar uma história.”

O roteiro, que deveria tanto promover a fantasia e seguir uma lógica eficaz é fruto de esforços caóticos, mas persistentes e será, caso raríssimo, nomeado ao Oscar de Melhor Roteiro Original em 1965. Filmado em somente oito semanas, Philippe de Broca investe toda sua energia e inventividade nesta maratona. De Broca e o co-roteirista Jean-Paul Rappeneau obtiverem sua inspiração a partir do universo de Tintin com o espírito de aventura do famoso herói de Hergé, que foi o primeiro a saudar esta homenagem.

 

Jean –Paul Belmondo

Jean-Paul Belmondo tinha 30 anos quando atuou em O homem do Rio e começou seu reinado no cinema francês de entretenimento, para o qual já havia mostrado seus dons em Cartouche (1962). Philippe de Broca, que lhe oferece os dois primeiros sucessos, disse: “Ele tem uma força e vitalidade extraordinárias e um entusiasmo apaixonado pela vida. Tem sorte de ser tão engraçado, simpático e viril. Agrada as mulheres e é simpático aos homens. É um dos mais engraçados atores franceses, porque é o humor em si mesmo”. É uma explicação plausível para o verdadeiro fenômeno de popularidade que representou Jean-Paul Belmondo.

Os herdeiros de O Homem do Rio

Uma das glórias do filmes de Philippe de Broca é ter sido visto nove vezes por Steven Spielberg, que alegou ter encontrado no filme a inspiração que o levou a realizar o seu famoso Indiana Jones e os caçadores da arca perdida, lançado em 1981.

 

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