Palavras do Curador

Cinema francês de A a Z

Com 180.000 espectadores em 56 cidades, o Varilux tornou-se, em 2017, um dos festivais de cinema francês mais populares do mundo. Em 2018, graças a uma parceria estratégica com o SESC Nacional, chegará em quase 90 cidades em todo o Brasil! O SESC permitirá ao festival Varilux alcançar 30 cidades menores onde o cinema francês quase nunca chega, e conquistar um público novo com centenas de sessões gratuitas que intensificarão mais que nunca o trabalho de democratização do festival.

A programação do Festival segue o mesmo ritmo de crescimento com 21 longas que refletem a exultante diversidade da produção francesa.

Essa seleção permite ao Festival se associar á comemoração de dois aniversários em 2018:

– O centenário do fim da Primeira Guerra Mundial, com o filme de Albert Dupontel, “Nos vemos no paraíso”, que recebeu vários César em 2018.

– O quinquagésimo aniversário do “Maio de 68” e do clássico filme Z, de Costa Gavras. Um filme politicamente engajado, cujo assunto, segue, infelizmente, atual.

Mais uma vez, o festival traz para o público brasileiro vários filmes ligados à história da França e a seu patrimônio cultural e até gastronômico: Gauguin, Viagem ao Taiti com Vincent Cassel; Promessa ao amanhecer, inspirado no famoso livro do grande escritor Romain Gary, com Pierre Niney e a comovente Charlotte Gainsbourg; Troca de Rainhas, sobre os casamentos arranjados entre os tronos da França e da Espanha, na época de Luís XV; e, finalmente, o documentário A busca do chef Ducasse, que os levará aos quatro cantos do mundo culinário.

Nosso programa traz, como sempre, diretores e atores confirmados: O amante duplo, último filme do prolífico diretor François Ozon, que será apresentado por seu duplo ator principal, Jérémie Rénier; Marvin, de Anne Fontaine, com Finnegan Oldfield, que também fará parte da delegação; Primavera em Casablanca, de Nabil Ayouch – também presente – que nos revela toda complexidade da realidade marroquina atual, ou ainda A aparição, de Xavier Giannoli, com o magistral Vincent Lindon. Exibiremos também, as comédias O orgulho, de Yvan Attal, com Daniel Auteuil e O retorno do herói com o casal explosivo formado por Jean Dujardin e Mélanie Laurent.

Mas o festival se orgulha de apresentar uma nova geração de diretores, cuja personalidade e criatividade levaram a crítica a criar, o termo “nouvelle garde” para qualificá-los: assim o aclamado Custodia do Xavier Legrand, Carnivores, primeiro filme dirigido dos dois irmãos atores Jérémie e Yannick Renier; Diane a les épaules, de Fabien Gorgeard, com a maravilhosa Clotilde Hesme e também Gaspard va au mariage, que se situa entre a comédia realista e o encantamento.

Pais e filhos poderão assistir ao filme de animação vencedor do César 2018, o travesso e tocante, A Raposa Má, em torno do qual serão organizadas ações educativas com escolas brasileiras em todo país.

Pela primeira vez, os filmes de curtas-metragens serão representados no festival, numa seleção eclética que se destaca pelo estilo, temática e linguagem muito criativa. Outros curtas também poderão ser vistos, dessa vez, em realidade virtual, graças à segunda edição da Mostra de Realidade Virtual, que este ano, recebe o cineasta Fouzi Louahem para uma “Masterclass” dedicada a essa nova linguagem, oferecida a profissionais brasileiros em Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.

E, finalmente, para reforçar o papel do festival na cooperação franco-brasileira no mercado audiovisual, serão realizados, pela primeira vez, encontros profissionais visando a favorecer as trocas e eventuais coproduções, em presença de uma delegação profissional francesa de peso. Essa iniciativa se junta ao LAB de Escrita de Roteiros, que ajuda, pelo segundo ano consecutivo, roteiristas brasileiros a finalizar seus projetos.

A delegação artística é composta por atores e atrizes, diretores, atores-diretores, diretores-escritores, provando que as fronteiras entre as profissões cinematográficas são abertas a todas as inspirações.

E este ano, para contribuir à dinamização da região Nordeste, uma boa parte dessa delegação artística e profissional fará escala em Salvador, no dia 4 de junho, para apresentar filmes e encontrar o público.

Obrigado por ter lido o texto até o fim! Se ele é mais longo do que o habitual, é porque acontecem cada vez mais eventos no Festival, e fazemos questão de que vocês não percam nenhum detalhe.

Esse crescimento contínuo se deve em primeiro lugar ao apoio fundamental das Alianças Francesas, das unidades culturais do SESC e dos cinemas que levam o festival em todo Brasil.

Também à inestimável equipe da Bonfilm, que apesar de crescer muito menos que o festival, enfrenta todo ano com paixão esse novo desafio.

Esse crescimento não seria possível sem a confiança renovada dos nossos parceiros, a quem fortemente agradecemos: Ministério da Cultura, por meio da lei Rouanet, Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, Essilor/Varilux (agradecimentos especais a Charles-Eric Poussin, Eneida Ribas e Thaísa Calvet), SESC Nacional, Embaixada da França, Tereos, Da Magrinha, Air France, Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Naval Group, Sofitel e aos outros parceiros!

A todos, bom Festival!

Emmanuelle e Christian Boudier

Diretores do Festival