Z – O Clássico
Títudo original: Z | Direção: Costa-Gavras
Sinopse
Com: Yves Montand, Jean-Louis Trintignant, Jacques Perrin, Irene Papas
Tendo como trama principal o assassinato de um político liberal (Yves Montand), simulando um acidente, é retratado o caso Lambrakis. Ato acontecido, na Grécia, no início da década de 60, no qual a investigação sobre a morte do político foi, escandalosamente, encoberta por uma rede de corrupção e ilegalidade pela polícia e pelo exército.
Z foi o primeiro filme a ser indicado na categoria melhor filme estrangeiro no Oscar, em 1970. Recebeu, ainda, três outras indicações, nas categorias de melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado. No Festival de Cannes, em 1969, recebeu o Prêmio do Júri e o de melhor ator para Jean-Louis Trintignant. Z também foi indicado à Palma de Ouro.
Distribuição no Brasil:
1969 - Drama - 2h05
Informações Extras
Título original: Z
Direção: Costa-Gavras
Z está vivo!*
No dia 22 de maio de 1963, o deputado grego Grégorios Lambrakis, um « incômodo » eleito, que milita contra a instalação de foguetes americanos, é mortalmente atropelado quando sai de um encontro pacifista em Salônica. A polícia fala de acidente, mas um juiz está convencido de que as autoridades encobriram um movimento de extrema-direita. Altos funcionários serão indiciados e depois reintegrados em 1967, quando os militares tomam o poder.
O filme de Costa-Gavras conta esse período de « incubação » do fascismo, antes da doença – a ditadura militar dos famosos coronéis – tomar, lamentavelmente, posse do país no final dos anos 1960. O cineasta reúne testemunhas de acusação e provas desse ardente caso político (um gênero do qual se torna especialista, de A Confissão até Amém).
O filme tem quase 50 anos, mas é, infelizmente, sempre atual. Ele incita à vigilância e merece seu título inicial de « ele está vivo », em grego antigo, como os oponentes escreviam. O roteiro escrito por Costa-Gavras e Jorge Semprún vai bem além do caso único da Grécia. O que Z mostra, é como uma democracia abriga, nela mesma, a própria causa de sua queda. O que Z revela é que, sem se dar conta, se pode aprisionar uma democracia com pequenos toques – a aliança artificial entre militares, políticos e grupos extremistas religiosos, a mentira construída como método de governo e a complacência passiva de um povo que prefere fechar os olhos.
O filme se inicia com a advertência nos créditos iniciais de Costa-Gavras e Jorge Semprún de que “qualquer semelhança com eventos e pessoas da vida real não é coincidência – é intencional”.
Z é, mais do que nunca, um filme necessário.
*Em grego antigo, Z significa: Ele está vivo!
COSTA-GAVRAS, CINEASTA ENGAJADO
Costa-Gavras é francês, nascido em 10 de fevereiro de 1933, em Arcádia, na Grécia. Devido às posições políticas antimonarquistas de seu pai, ele não pode estudar na Grécia, pois o regime afasta os opositores, e, aos 19 anos, é obrigado a fugir de Atenas. Ele vai para Paris onde é aceito no Institut de hauts études cinématographiques (IDHEC). Trabalha como assistente de Henri Verneuil, Jacques Demy e René Clément.
Durante uma estadia na Grécia conhece o livro Z, de Vassilis Vassilikos, que retraça o assassinato do líder da esquerda organizado pela polícia e que foi camuflado como um acidente banal. Assim que retorna à Paris, escreve o roteiro do filme Z, em parceria com Jorge Semprún. Não encontrando financiamento, Gavras fala com Jacques Perrin, que conhecia desde o filme Crime no Carro Dormitório. É nessa ocasião que Jacques Perrin criará sua própria produtora para montar o filme e usar seus contatos, em particular na Argélia, onde as
filmagens serão realizadas. Jean-Louis Trintignant concordou com um cachê modesto e Yves Montand aceitou participar. O filme foi um sucesso pelo mundo e muito aplaudido no fim das sessões. Recebeu o « prêmio do júri » no festival de Cannes, o Oscar de « Melhor Filme Estrangeiro » e o de « Melhor Montagem ».
A Confissão, também com Yves Montant, é lançado após Z, numa época bem maniqueísta. Costa-Gavras foi criticado por atacar tanto a direita quanto à esquerda, apesar de só querer denunciar os totalitarismos. Algumas pessoas não o perdoaram por ter revelado o stalinismo e o evitavam ostensivamente. O filme teve um sucesso considerável e se tornou um verdadeiro fenômeno político e cultural que perturbou sua época.
Depois virão os filmes Estado de Sítio (1972), sobre as ditaduras na América Latina e a tortura propagada pela CIA, e o filme Um Homem, Uma Mulher, Uma Noite (1979), magnífica história de amor baseado no livro de Romain Gary. Depois, Desaparecido – um grande mistério (1982) é adaptado do livro de Thomas Hauser, que
foi inspirado na história real sobre o desaparecimento de um jovem jornalista americano durante o golpe de Estado do general Augusto Pinochet, em 1973. O filme foi muito controverso nos EUA pois revelou a ação de agentes do governo americano e sua responsabilidade no golpe de Estado no Chile. O filme recebeu a Palma de Ouro, o prêmio de interpretação para ator no festival de Cannes, e o Oscar de « Melhor roteiro », e ainda hoje, é exibido e apresentado como um filme relevante no mundo todo.
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